I’m only Human after all

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“Numa altura em que o tema do momento no Mundo do trabalho é a Revolução Digital e o seu impacto na vida das Pessoas e das Organizações, inicio a minha participação no CX Blog como appetizer para em artigos futuros lançar uma discussão mais alargada sobre temas relacionados, tais como: alteração de comportamentos de consumo e experiência do cliente, profissões do futuro, revolução das competências e Reskilling, ensino e formação, dilemas éticos, etc.

Assim, a Revolução Digital está em marcha acelerada, mas somos nós Humanos que determinamos o seu percurso, porque no fim do dia não nos podemos esquecer o seu propósito: das Pessoas para as Pessoas!” Cândido Ferreira

Em plena Revolução 4.0 Digital, uma nova revolução muito mais poderosa emerge em simultâneeo, uma Revolução Responsiva, aquela que traz de volta o foco para as PESSOAS

Na era da Robotização, Machine learning, Inteligência Artificial, Internet das Coisas, quando paira nas “nuvens” a ameaça da automação, da substituição das pessoas por questões de eficiência económica, da “desumanização” das sociedades e do mundo do trabalho, afinal de contas, nunca o Ser Humano teve um futuro tão promissor ou para si orientado. Em plena Revolução 4.0 Digital, uma nova revolução muito mais poderosa emerge em simultâneo, uma Revolução Responsiva, aquela que traz de volta o foco para as PESSOAS. Vejamos, nunca na história da humanidade esteve tanto na ordem do dia, como agora, temas como: sustentabilidade, responsabilidade social e ambiental, liberdade de escolha e individual, paridade de géneros, inclusão, worklife balance, esperança vida, desigualdade social, Propósito e Felicidade. As Pessoas sempre no centro!

Por isso, o futuro é incerto, sempre será. Mas, certamente e apesar de rodeado de Robots, será mais Humano que nunca. Provavelmente, porque ao longo do tempo e com as várias revoluções tomamos a consciência que no fim do dia, seja na vida pessoal, empresarial ou política, as Pessoas e a sua Vida, apesar de nem sempre da melhor forma, foram mesmo o centro de tudo.

O Mundo do Trabalho vai mudar naturalmente, uma quantidade significativas de atividades vão desaparecer, mas uma vez mais em benefício das pessoas, sobretudo as tarefas que trazem mais desgaste físico ou mental, as tarefas pesadas, repetitivas, rotineiras, de decisão com base em dados e com exposição a riscos de saúde e vida serão substituídas por tarefas mais estimulantes e prazerosas, ligadas à capacidade relacional e emocional, contacto pessoal, imaginação, criatividade e bem-estar. As características pessoais e os soft skills serão valorizados em detrimento do conhecimento, que estará cada vez mais acessível a todos e será cada vez menos o fator diferenciador. Neste âmbito a self-brand ou o personal-branding será fator-chave para os indivíduos e para as organizações que eles representam.

A tendência será alterar o paradigma dos negócios e empresas do for-profit para for-benefit, com o propósito a sobrepor-se ao lucro

O Desafio das Organizações é fazer estas duas revoluções em simultâneo, procurar continuamente aproveitar todos os benefícios da revolução digital em benefício da eficiência, ambiente, e da qualidade de vida das suas Pessoas (acionistas, colaboradores, clientes e fornecedores), e em simultâneo procurando reconverter as suas Pessoas, através do desenvolvimento de novas competências, estimulando outras antes ignoradas ou subaproveitadas, transformando-se em autênticos hubs de Inovação onde todos possam contribuir para este processo de mudança. Todos adoramos a mudança, só há resistência e desconforto se não formos envolvidos, não participarmos no processo e/ou não obtivermos qualquer benefício.  A tendência será alterar o paradigma dos negócios e empresas do for-profit para for-benefit, com o propósito a sobrepor-se ao lucro. As organizações que não perceberem isto, estão simplesmente a exporem-se a um fim prematuro.

As Pessoas – Acredita-se que através do valor criado por meio da inovação serão reduzidas as desigualdades sociais e encurtados os gaps de rendimentos. A natureza das novas atividades a desenvolver, muito mais relacionadas com a qualidade do trabalho produzido e com o impacto do mesmo, do que do tempo dedicado à sua produção, certamente irá refletir-se no tão desejado worklife balance (veja-se a Finlândia que apesar de não ter avançado, equacionou a alteração de 40 para 24 horas semanais). Isso naturalmente vai fazer alterar os hábitos de consumo, com reforço significativo das atividades relacionadas com o lazer, saúde e bem-estar.

Em suma, não temos que temer o impacto da Revolução 4.0 no “Futuro do mundo do trabalho”, antes pelo contrário, necessitamos, no entanto, de desenvolver rapidamente e de forma alinhada a dita Revolução 5.0, capitalizando todo o seu potencial em benefício próprio, para que possamos finalmente assumirmos a condição de Humanos e encontrarmos a Felicidade!  I’m only human after all…