Uma imagem, vale mais que mil palavras e um bom storytelling valerá um grande relacionamento… 

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A expressão “uma imagem vale mais que mil palavras” é popular e será atribuída a Confúcio (filósofo chinês), não pela sua mestria no kung Fu (seu nome seria mestre kung), mas sim, pelos seus ensinamentos no poder da comunicação através de recursos visuais, ou seja, as imagens. 

De qualquer forma, e mais recentemente, tem-se vindo a dar destaque ao poder e impacto de uma boa estória. O termo utilizado internacionalmente é o storytelling, que é definido, no âmbito da comunicação organizacional, como a partilha de conhecimento e experiências através de narrativas com algum humor, com o objetivo de comunicar lições, ideias complexas, conceitos e conexões causais.  

Contar estórias talvez seja uma das coisas mais importantes que a espécie humana faz e desde o início dos tempos que estas são utilizadas para a partilha do conhecimento e das experiências acumuladas. Desta forma, não é de estranhar que o storytelling tenha sido amplamente reconhecido e estudado de forma mais científica, em várias áreas, como ferramenta de comunicação, de persuasão e mesmo para construção e desenvolvimento de relacionamentos com os clientes. 

De facto, algumas organizações usam já esta ferramenta para incrementar e melhorar o seu impacto nos seus clientes e mesmo, como forma de melhorar o clima e a cultura de trabalho, junto daqueles que são responsáveis pela interação como os clientes finais, ou seja, as áreas responsáveis por colocar em prática o chamado “customer experience”. 

Mas afinal, o que é uma boa estória, ou seja, um bom storytelling? Apesar de alguma divergência no detalhe, a maioria dos autores que estudaram e estudam estes temas, consideram que a técnica deverá usar 5 componentes sequenciais, a saber:  

  1. A apresentação do cenário: em que se deve começar pela apresentação do tempo, do espaço, do contexto, das personagens e também o herói.  A frase indutora típica será “era uma vez…”; 
  1. O novo acontecimento: em que após a fase anterior, se apresenta o acontecimento que vem desestabilizar o equilíbrio existente. A frase indutora típica será, “mas um certo dia eis que…”; 
  1. Causas e consequências: em que a narrativa involui e o herói embarca na aventura podendo existir várias situações e peripécias. A frase indutora típica será, “mas por causa de… e ainda por causa de…”; 
  1. O desfecho: em que se apresenta a solução final e a forma como o herói conseguiu repor um novo equilíbrio. A frase indutora típica será, “até que finalmente…”;  
  1. O novo equilíbrio: apresenta-se a moralidade da situação e a razão porque o herói conseguiu superar as provações e um novo equilíbrio surgiu e nada voltará a ser igual. A frase indutora típica será “a partir desse dia e para todo o sempre...” 

Neste momento, o leitor, já se deverá estar a recordar das estórias que ouviu em criança, e a procurar encontrar os paralelismos com este “arco narrativo” agora apresentado. De facto, é comumente aceite que a boa estória, impactante e persuasiva apresenta todas estas fases, pelo que se bem utilizadas poderão criar um argumentário persuasivo extremamente poderoso para a criação de relacionamentos com clientes e/ou como forma de incrementar o envolvimento e motivação das equipas. 

Inclusivamente destacam-se algumas dicas em função do objetivo final de cada storytelling: 

  • Objetivo de encorajar mudanças: procurar motivar os outros, apresentando situações do passado em que uma situação similar e de sucesso tenha ocorrido; 
  • Objetivo de desenvolver a confiança no próprio – procurar envolver os outros com experiências pessoais do passado e que demonstrem vulnerabilidades próprias que foram ultrapassadas; 
  • Objetivo de estimular a cooperação – procurar envolver, levando o interlocutor a recordar situação do passado em comum, estimulando assim, a estória de ambos; 
  • Estimular princípios e valores – procurar incentivar, usando lendas, mitos e contos, onde estes valores e princípios estejam presentes. 

O desafio está lançado, construa o seu storytelling, procurando que o impacto nas equipas e clientes seja positivo, para que as relações e experiências sejam duradouras e frutuosas e para que mais que uma boa imagem contrua verdadeiros relacionamentos.