E Quando os Nossos Colegas Favoritos Saem?

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Todos nós, na nossa vida profissional, já passamos por momentos em que colegas nossos saem das nossas equipas, pelos mais diversos motivos. E sentimos mais quando se trata da saída daqueles que são os nossos favoritos, aqueles com quem adoramos trabalhar. Nós e toda a nossa equipa. Gerir a saída de colegas favoritos pode ser muito complicado. Não só há que gerir a carga de trabalho que fica sem owner, mesmo que temporariamente, mas também há que contar com impactos sociais da perda. O equilíbrio social da equipa pode ser comprometido e estar em perigo.

“Podemos começar por entender, aceitar e respeitar o movimento de saída do colega.”

Quem gere a equipa tem de estar preparado para reconhecer os impactos da perda, gerir a resposta emocional da equipa e tratar da carga de trabalho (muitas vezes este exercício sobre a carga de trabalho leva a reorganizações operacionais, funcionais e até processuais).

Como encarar estas situações, minorando os impactos na equipa? Podemos começar por entender, aceitar e respeitar o movimento de saída do colega.

Lidamos bem com a pena e com as situações potencialmente relacionadas com o erro e fracasso. “Coitado, mas estava-se mesmo a ver…”. Mas nas saídas dos colegas favoritos, muitas vezes relacionadas com novas e excitantes oportunidades há a tendência de as ver como abandono dos colegas, do projecto e até mesmo traição.

Devemos sempre mostrar apreço por quem sai, não importa a circunstância. Assumir o sentimento de perda (é um dos melhores que se vai embora, afinal de contas!) e exaltar tudo o que de bom trouxe para a equipa enquanto dela fez parte.

É inegável que o colega vai sair. E quando um dos favoritos sai de uma equipa ao mínimo sinal, ou suspeita, a informação solta-se na equipa. Geram-se, inclusive, mal entendidos e até boatos. Quem gere deve, pois, compartilhar a informação da saída o mais rápido possível com a equipa.

Quem gere deve tentar entender o máximo possível sobre os motivos porque o colega está saindo. Deve conversar com quem sai de forma aberta e inclusive procurar saber se se sente confortável em compartilhar com os outros.

“Quem gere a equipa deve responder a todas as perguntas com transparência e muito respeito.”

É natural que surjam questões e inquietações. Quem gere a equipa deve responder a todas as perguntas com transparência e muito respeito. Respeito por quem faz a pergunta, mas também por quem sai e pela equipa. Não nos devemos esquecer nunca de, como apontamos atrás, que a saída de um colega favorito tem implicações emocionais e sociais, talvez seja necessário investir mais atenção e ponderação para responder a essas perguntas. Se a sua equipa está sentindo incerteza e dúvidas, o papel de quem gere é aliviar a preocupação e de voltar à normalidade operacional.

Depois do colega sair quem gere deve reunir-se com sua equipa para verificar como estão a lidar com a normalização a dinâmica da equipe. Deve saber ouvir pensamentos de todos sobre como as coisas estão indo, especialmente à luz das recentes mudanças na equipa. O que está indo bem que não deve mudar? O que poderia ser melhor? Esse feedback e alinhamento é crucial para todos. Porque é sempre um desafio quando alguém deixa uma equipa, especialmente se eles são bem-vindos, os tais colegas favoritos. A função de quem gere é garantir que o trabalho estará normalizado, mas também que a equipa possa navegar na mudança social com facilidade. Uma liderança, e sua equipa, habituarem-se a assumir e mostrar que se importam com os colegas que estão saindo mas também e com os que permanecem, fará com que a retenção de talentos aumente e a equipa seja mais forte e confiante.

Todos sabemos que hoje em dia a atração de talentos para novos e mais desafiantes projetos é uma realidade. Reter os talentos é uma das principais preocupações das organizações. Mas é factual. Acontece e cada vez mais. Gerir bem a saída dos melhores é o primeiro passo para aumentar a retenção mas também para a atração de novos talentos.