Os últimos 2-3 anos foram dominados pelo Blockchain, Data Science, Inteligência Artificial e Customer Experience. No meu entender 2019 será o ano do Employee Experience.
De facto, tudo o que se discutiu e falou num passado recente sobre Inteligência Artificial, e na dimensão de as máquinas poderem realizar grande parte das tarefas transacionais simples libertando os humanos para os talentos, deixa um espaço interessante para se evoluir, consolidar e recentrar nas experiências dos colaboradores ao longo da relação com uma organização.
Por outro lado as empresas deram saltos significativos nos últimos anos no que se chama Customer Experience, que reflete a soma de todas as interações de um Cliente com uma determinada empresa. Como grande parte desse trabalho está endereçado, e sendo uma prática entendida e implementada nas principais empresas, deixa de ser um fator competitivo. É tempo de se focarem no Employee Experience.
“A Employee Experience é uma iniciativa estratégica cujo objetivo vai além de tornar o emprego mais divertido e agradável”
E o que é o Employee Experience? Não é mais do que o somatório de todas as experiências e percepções pelas quais os colaboradores passam quando trabalham numa empresa. É uma abordagem centrada nos colaboradores através da qual todos os processos e fluxos de trabalho são pensados em torno dos mesmos, melhorando assim as suas experiências quotidianas e globais.
A combinação dos avanços na Data Science e Inteligência Artificial criou uma pressão adicional sobre a deteção e retenção dos talentos. Não só para operar novas dimensões do trabalho (surgem listas e listas de novos empregos que vão ser necessários e ainda não foram sequer inventados) como para os empregos existentes que foram depurados das tarefas transaccionais e simples, logo mais exigentes e complexos. E poucas são as empresas que se podem dar ao luxo de ficar fora desta guerra pelos talentos. E muitas vezes, fruto de uma competição ao cêntimo, o fator salarial deixa de ser um fator diferenciador. Torna-se dramático: o dinheiro, que sempre foi o grande desbloqueador para atrair e reter talentos, não resolve esta questão.
E é aqui que aparece a Employee Experience como um fator diferenciador , na medida em que pode dar às empresas uma vantagem competitiva em atrair talentos, envolvê-los e incentivá-los a permanecer nas suas organizações.
Atenção: A Employee Experience é uma iniciativa estratégica cujo objetivo vai além de tornar o emprego mais divertido e agradável. Para uma fantástica Employee Experience podem contribuir fantásticas festas e festarolas, mesas de pingue pongue, free snacks, torneios de futebol e aulas de ginástica grátis. Mas tudo isso pode não ter efeito nenhum. É que a Employee Experience envolve o design e o proporcionar de experiências diferenciadas para colaboradores. Experiências essas alinhadas com a cultura da empresa. E essas experiências saem da esfera do habitual (recrutamento, integração, avaliação de desempenho, formação) mas também incluem experiências vivenciadas pelos colaboradores com as instalações, TI, iniciativas e comunicações corporativas.
É toda uma Employee Journey que deve ser identificada e compreendida. Até bem pouco tempo atrás a Employee Journey era bem estável. Mas a pressão, falada atrás, decorrente da escassez de talentos levou a que os colaboradores mudassem de empresa de forma mais frequente. Muitas vezes sem as empresas perceberem bem o que aconteceu e quais os fatores envolvidos. Assim, as empresas devem fornecer desenvolvimento mais rápido, mover as pessoas com mais regularidade, fornecer ciclos contínuos de promoção e dar aos colaboradores mais ferramentas para gerirem as suas próprias carreiras. Os esforços das empresas devem ser orientados em torno das diferentes necessidades e expectativas que os colaboradores de hoje têm.
A Employee Experience é sobre as experiências do dia a dia que uma organização fornece aos seus colaboradores. Assim, o acumular de experiências pode tornar-se tão forte, que reforça o branding e reconhecimento das empresas de dentro para fora. Gera admiração e a admiração atrai talentos.
“Eu reforço a minha percepção: 2019 vai ser o ano do Employee Experience”
E essa admiração pode chegar de várias formas. Uma dessas formas é através de websites como o LinkedIn ou Glassdoor que torna muito fácil aos potenciais novos colaboradores avaliarem e construírem uma opinião sobre a Employee Experience de uma empresa antes de qualquer tipo de contacto. É tudo muito direto.
Eu reforço a minha percepção: 2019 vai ser o ano do Employee Experience. Da minha parte vou centrar a minha participação nestes fóruns na partilha e reflexão sobre o que as empresas podem fazer para aumentar a satisfação dos seus colaboradores. E felizmente os exemplos e casos de sucesso são imensos.